Fangirl de Rainbow Rowell



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Se me pedissem para atribuir um só tema a este livro, esse seria a resistência à mudança. Esta é a história de Cath, uma miúda ansiosa, introvertida, que adora escrever fan fiction de um fenómeno muito parecido ao Harry Potter, denominado Simon Snow. Cath tem milhares de seguidores online, que avidamente leem as suas histórias alternativas de Simon Snow. Mas na vida real, esta rapariga é tudo menos popular, nem o deseja ser.

Cath tem uma irmã gémea que, em termos de personalidade, é o seu oposto. Por isso, quando as duas entram na universidade, a mudança é inevitável. Wren anuncia à irmã que não irá partilhar o mesmo quarto, e a vida universitária sobe-lhe à cabeça. Enquanto os sentimentos de rejeição se acumulam dentro de Cath, outras mudanças significativas começam a surgir na sua vida, outrora tão calma.

O enredo desenvolve-se à volta da resistência de Cath, à volta dos seus medos e inseguranças em relação a tudo o que é novo. Abraçar a mudança significa deixar o pai e a sua casa para trás, à medida que o novo mundo universitário (juntamente com as suas pessoas novas e novos obstáculos) entra em conflito direto com o seu fandom pelo Simon Snow, e toda a sua maneira de estar na vida até ali.
Esta é uma história de amadurecimento, de lutas e de desistências, de aceitação, e tantas outras coisas. O mais belo foi o facto de me relacionar imenso com a protagonista. Enquanto pessoa introvertida, como não me poderia identificar nas inseguranças sociais de Cath, na sua ansiedade que se sente sempre no topo do estômago, e que surge só de pensar que tem de entrar no refeitório sozinha pela primeira vez? É bom saber que não estamos sozinhos – ainda que a personagem não seja real.

Verdade seja dita, encontrei um pequeno defeito em Fangirl: a história demora a desenvolver-se (tipo, mais de 100 páginas pelo livro dentro). Penso que tal se deve ao facto de a autora nos querer mostrar a verdadeira essência de Cath, para ficarmos a conhecê-la a fundo antes de qualquer coisa significante acontecer. E, apesar de estarmos quase a meio do livro e começarmos a sentir que nada de extraordinário ainda aconteceu, se não desistirem, prometo que a recompensa é bastante agradável. Tal como qualquer história de amadurecimento, uma rapariga que mudasse a sua vida de um momento para o outro iria parecer algo supérfluo e irreal. As melhores coisas levam tempo. Afinal, Roma e Pavia não se fizeram num dia.

 O drama familiar existente também confere à história um certo quê de realidade. A saúde mental é também um dos temas aqui mencionados, de uma forma bastante subtil e que vai ganhando forma. A necessidade que Cath sente em tomar conta do pai, e de odiar a mãe por os ter abandonado, são elementos muito maduros na história, que atribuem à protagonista uma maior profundidade e complexidade.

Resumindo, dou-lhe um 4, numa escala de 1 a 5. Apesar de este não ser o livro de estreia em YA de Rainbow Rowell, concordo com a crítica, que faz dela uma das melhores autoras no género. Tudo o resto promete. Talvez Rainbow Rowell seja ainda melhor do que o tão aclamado John Green.


Escala de qualidade (1 – pobre a 5 – muito bom):
Romance: 4
Cenas “escaldantes”: são nulas
Personagens: 4
Enredo: 3


Por: MAIÚSCULA

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